FLORESTA TUCUJU


"As árvores dominam o tempo, os animais o espaço.."

Francis Hallé

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Amazônia: meio ambiente. Os recursos minerais da Amazônia – uma nova riqueza!

A obra contem informações detalhadas e importantes para a compreensão da realidade da Amazônia, sobretudo, no que concerne aos seus valiosos e potenciais recursos naturais: animal, vegetal e mineral. O livro aborda de forma direta e concisa a questão do desenvolvimento da região com bases sustentáveis e ecológicas, são analisados temas como biodiversidade, recursos naturais minerais destacando-se, classificação de minerais, principais recursos minerais da Amazônia, o uso de minerais, danos causados pela garimpagem e mineração.
A autora relata a importância dos minerais para a vida humana desde os tempos primitivos, fabricação de utensílios como: machados, facões grosseiros utilizando-se de pedras pontiagudas, o chamado período da pedra lascada. Com o tempo, o homem chegou a conclusão de que precisava melhorar e desenvolver seus instrumentos, foi quando descobriu o cobre que ainda não atendia as expectativas, mas por volta do ano 4000 a.c, o homem descobriu que fundindo o cobre com o estanho produzia-se um metal muito resistente: o estanho. Tempo depois o homem descobriu o ferro e apendeu a fundi-lo. O ferro é muito mais abundante que o possui muitas utilidades do que o estanho. O aproveitamento que o homem faz hoje dos metais e dos minerais em geral, é resultado de uma herança cultural acumulada durante milhares de anos.
Quanto à classificação dos minerais podemos utilizar vários critérios. Existem os minerais sólidos: pedras, rochas, areias; os líquidos: água e petróleo. Podemos ainda classifica-los em duas categorias: os minerais metálicos: ouro, cobre, manganês, cassiterita, ferro e etc.; e minerais não-metálicos: sais, rochas, as argilas, caulim e outros.
Na Amazônia existem muitas jazidas de minerais, isto é, em depósito. Contudo, é preciso explorá-las para que se gere emprego, renda e lucro. No caso dos minerais é preciso que passem por diversas fases de tratamento, a primeira é a extração do minério retirando-o do solo ou do subsolo. A segunda fase é o beneficiamento, de uma forma geral quando o mineral é retirado ele vem com diversas impurezas e outros minerais. A terceira etapa acontece nas refinarias, onde se extrai o metal de dentro do minério e ele pode ser fundido. No caso de minerais que servem para agricultura, como os fertilizantes, não há necessidade de ir à refinaria, por duas razões: eles são minerais não metálicos, e, além disso, precisam de um beneficiamento muito primário.
Quando a ocorrência de minerais num determinado ponto é muito elevada, diz-se que aí existe uma província mineral, a Amazônia possui seis grandes províncias minerais. A província mineral de Carajás (sudeste do Pará) apresente a maior concentração de ferro do mundo, além da ocorrência de ouro, cobre manganês e cassiterita, níquel e bauxita. As reservas de ferro chegam a 18 mi de toneladas; província mineral do Trombetas (Pará), onde a mineração Rio do Norte produz a bauxita; província do Amapá que durante 50 anos produziu o manganês; a província do Norte de Roraima, onde há mais de 50 anos explora-se o diamante; a província mineral de Rondônia encontram-se as maiores reservas de cassiterita( com o que se faz o estanho) e a província mineral do Tapajós (no Pará) com grande ocorrência de ouro.
A Amazônia é rica em ocorrência de ouro, sendo responsável por mais da metade da produção de ouro brasileira, aparece no solo ou no subsolo, quando no solo, é explorado através da garimpagem que causa danos enormes ao meio ambiente em decorrência do uso de mercúrio. O uso mais conhecido do ouro é para confecção de joias. No Pará a companhia Vale do Rio Doce - CVRD possui grandes jazidas e minas de ouro, essas reservas integram o complexo grande Carajás. A Amazônia possui a maior reserva de ferro do mundo, a reserva e a mina estão localizadas na província de Carajás, município de Parauapebas, onde é explorada pela CVRD, a utilização do ferro grande: confecção de máquinas, motores e importante componente na fabricação do aço. A bauxita é um mineral do qual se faz o alumínio. O cobre é utilizado como importante componente para fazer ligas, fabricação de fios elétricos. O manganês é utilizado para fabricação de ligas de aço.
Alguns problemas ambientais decorrentes da mineração e da garimpagem são comuns: diminuição da biodiversidade como consequência do desmatamento, desmoronamento dos barrancos de rios, desvio do leito de rios, destruição das camadas do solo, contaminação dos rios por elementos químicos, especialmente o mercúrio. A maior parte desses problemas é causada pela garimpagem da cassiterita e do ouro, a garimpagem desses dois minérios é feita de forma extensiva.
O desenvolvimento da Amazônia requer a instalação de empreendimentos e empresas que fabriquem produtos industrializados (fios, tubos, aços, máquinas, etc) e siderurgias, pois, enquanto a região estiver exportando apenas bens primários, não industrializados, os empregos e renda gerados serão sempre baixos.
O tema mineração na Amazônia tem sido muito debatido nos últimos anos, principalmente pelo potencial imenso de recursos minerais existentes e também pelos enormes e graves problemas sociais e ambientais que os mesmos têm deixado em algumas regiões da Amazônia.
O caso mais recente foi o da empresa Icomi no estado do Amapá que após 50 anos de exploração de manganês, o que restou foi uma cidade fantasma (Serra do Navio-Ap), estrutura sucateada de máquinas, que na época eram consideradas de ponta, graves problemas sociais: desemprego, prostituição e miséria. Nos últimos anos, novas empresas se instalaram na região, mas seguindo o mesmo modelo de exploração, exportando minerais primários sem qualquer tipo de beneficiamento, acirrando ainda mais os problemas sociais e ambientais, pois, utilizam o modelo de compensação ambiental, desmatando e degradando o meio ambiente em troca de alguns poucos benefícios às comunidades locais.
Este livro apresenta de forma clara e objetiva temas importantes sobre Amazônia e meio Ambiente, retrata com firmeza e lealdade a realidade da população urbana e ribeirinha, com informações contundentes para auxiliar estudantes do ensino superior, gestores ambientais, profissionais que atuam na área ambiental, no processo de entendimento da realidade da Amazônia, suas carências e seus potenciais. Diferente de outros autores que retrataram a questão da Amazônia em seus estudos, neste livro a autora procurou fazer um retrato fiel da realidade da região, apresentando os graves problemas, os entraves para o crescimento e desenvolvimento, mas também apontou algumas alternativas para desenvolver a Amazônia com racionalidade e compromisso social.

 LOUREIRO, Violeta Refkalefsky. Amazônia: meio ambiente, Capitulo 6: Os recursos minerais da Amazônia – uma nova riqueza!. 4ª edição, Belém: Cejup, 2011.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Lei declara o ambientalista e líder seringueiro Chico Mendes como patrono nacional do meio ambiente.

Foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (16) a Lei 12.892/13, que declara o ambientalista e líder seringueiro Chico Mendes como patrono nacional do meio ambiente.  A deputada Janete Capiberibe(PSB/AP) é a autora do Projeto de Lei  (PL 3341/12) que exalta a memória e o legado de Chico Mendes. A lei foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff.

Também nesta segunda-feira, deputados e senadores reverenciaram a história de Chico Mendes, em sessão solene que lembrou os 25 anos de sua morte. Ao abrir a sessão, o 1º vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), fez a leitura da lei sancionada.
Os parlamentares que participaram da sessão destacaram a sensibilidade e visão de futuro de Chico Mendes, ao defender caminhos alternativos para o desenvolvimento da Amazônia, baseado na sustentabilidade, com a preservação da floresta e também a inclusão das comunidades tradicionais, como os seringueiros, as comunidades indígenas, ribeiros e quilombolas.
]Janete Capiberibe ressaltou que a causa da morte do seringalista e a permanência das agressões à floresta e a seus povos tradicionais é o “desenvolvimento equivocado“Conhecedor das dificuldades dos povos da floresta desde a mais tenra idade, Chico Mendes logo entendeu que só a organização consciente dos trabalhadores seria capaz de libertá-los dos grilhões históricos da opressão da estrutura fundiária brasileira”, lembrou Janete Capiberibe., predatório, causador de desigualdade social e exclusão”.
 No projeto aprovado, a deputada afirma que, sob o lema “União dos Povos da Floresta”, em defesa da Floresta Amazônica, Chico Mendes, reuniu indígenas, seringueiros, castanheiros, pequenos pescadores, quebradeiras de coco babaçu e populações ribeirinhas em torno da criação de reservas extrativistas. Essas reservas tinham por objetivo preservar as áreas indígenas e a floresta, além de ser um instrumento da reforma agrária, aspiração histórica do povo brasileiro.
Já o deputado Sibá Machado (PT-AC), que conviveu com o líder ambientalista, destacou avanços ocorridos no Acre, com soluções sustentáveis que traduzem a visão de Chico Mendes. Sibá citou uma indústria de preservativos, que tem o látex como matéria-prima e o aproveitamento florestal.
Povos da floresta
A família de Chico Mendes foi representada na sessão solene por sua filha, Ângela Mendes. Ela afirmou que a voz de seu pai foi a “poronga” – nome da luz que o seringueiro leva sobre a cabeça para iluminar seus caminhos nos seringais – que iluminou e direcionou os rumos políticos do Acre e tornou real “sonhos longínquos” de vida digna para os povos da floresta, inclusive o direito de permanecerem no seu lugar.
Ângela Mendes apontou conquistas no Acre, onde 47% do território são reservas extrativistas, mas observou que ainda há muito que fazer em favor das populações tradicionais em outras regiões, inclusive para que não sejam “surrupiados” direitos já conquistados “à custa de vidas”. Ela destacou que os interesses contrários são fortes e bem articulados também no Congresso.
 “Meu pai nunca gostou de títulos. Por isso, eu ouso dizer, sem medo de errar, que o título de herói nacional e patrono do meio ambiente brasileiro só terá valor, de fato, quando não houver mais nenhuma morte por conflito de terra, quando não houver mais injustiças e ameaças contra aqueles que, de fato, defendem o meio a
mbiente”, afirmou Ângela Mendes.
Legado
O senador Aníbal Diniz (PT-AC), que também conviveu com Chico Mendes, lembrou que o ambientalista foi assassinado “no auge das suas melhores ideias e de sua disposição” de contribuir para a Amazônia e o Brasil. Engajado, politizado e articulado, segundo o senador, o líder seringalista “viveu a resistência contra a exploração desenfreada e o desmatamento” da Floresta Amazônica.
Também participou da sessão o ex-governador do Acre Binho Marques, que atuou ao lado de Chico Mendes em projetos de educação nos seringais. Ele afirmou que Chico Mendes era, ao mesmo tempo, um “moleque sapeca” e uma pessoa de pensamento complexo e refinado, capaz de enxergar todos os aspectos de uma questão. Também destacou sua capacidade de aglutinar pessoas, unindo em momentos difíceis grupos com divergências de pensamento, como “ambientalistas puros, comunistas e socialistas”.
Assassinato
Chico Mendes foi morto a tiros no quintal de sua casa, em Xapuri (AC), em 22 de dezembro de 1988, uma semana depois de completar 44 anos. O crime foi cometido por uma família de fazendeiros da região.
Depois de militar inicialmente na defesa dos interesses dos seringalistas, como líder sindical, ele se juntou a outras lideranças em uma atuação mais ampla em defesa dos habitantes tradicionais da Amazônia, por meio da União dos Povos da Floresta.


Agência Câmara.

sábado, 14 de dezembro de 2013


Brasil será 1º país da América Latina a sediar congresso internacional de pesquisa florestal






O 25º Congresso Mundial da União Internacional de Organizações de Pesquisa Florestal (IUFRO, do inglês “Union of Forest Research Organizations”) deverá ocorrer em Curitiba (PR), em outubro de 2019. A decisão resulta da recomendação do Comitê da IUFRO ao Conselho Internacional da organização, que deverá oficializar a escolha da cidade como sede na próxima reunião, durante o XXIV Congresso Mundial da IUFRO que acontece em outubro de 2014, em Salt Lake City, Estados Unidos


Curitiba (PR) deverá ser a primeira cidade na América Latina a sediar um congresso mundial da maior rede de pesquisa florestal no mundo, a União Internacional de Organizações de Pesquisa Florestal (IUFRO), formada por mais de 15 mil pesquisadores de 700 instituições em 110 países.

“O Congresso que o Brasil pretende sediar será uma grande oportunidade para que setor florestal brasileiro conheça inovações tecnológicas e de pesquisa, bem como as tendências para o futuro da pesquisa florestal em outras partes do mundo”, afirma o diretor de Pesquisa e Informações Florestais do Serviço Florestal Brasileiro, Joberto Freitas. “Além disso, espera-se ampla participação de estudantes e professores universitários no evento, gerando conhecimento e inovações para o setor no Brasil”, acrescenta.
A representante da IUFRO no Brasil, Dra. Yeda Maria Malheiros de Oliveira, pesquisadora da Embrapa Florestas, ressalta que “são grandes as oportunidades de cooperação sul-sul, por meio ampliação das ações em rede entre instituições de pesquisa e outros segmentos do setor florestal”. “Organizar um evento deste porte é um grande desafio, tanto para as instituições já envolvidas como para as parcerias a serem estabelecidas com institutos de pesquisa, universidades, empresas e ONGs, mas o amadurecimento da pesquisa florestal brasileira torna o momento bastante adequado”, completa.
Seleção

A capital paranaense foi escolhida entre outras 8 cidades que se candidataram para receber o encontro. Essa decisão ocorreu em junho na Costa Rica, durante o 3º Congresso Latino-Americano da IUFRO (IUFROLAT), e será oficializada durante o próximo congresso mundial da IUFRO, marcado para outubro em Salt Lake City, nos EUA.
“A escolha do Brasil como sede também representa uma oportunidade estratégica para promover a IUFRO no Brasil e na América Latina, onde o número de membros é relativamente menor do que em outras regiões do mundo. Além disso, um número muito maior de cientistas de instituições de pesquisa em florestas e universidades da América Latina poderá participar do Congresso”, explicou o presidente da IUFRO, Niels Elers Koch.
Este importante evento será organizado conjuntamente pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Curitiba (PR). “Estamos orgulhosos de ser o primeiro país latino-americano a sediar um Congresso Mundial da IUFRO. Isso nos propiciará não apenas uma oportunidade para incrementar a participação de instituições brasileiras em agendas internacionais de pesquisa, mas também impulsionar a agenda de pesquisa florestal e aumentar a importância política e social da ciência florestal no Brasil”, afirma Freitas.
A IUFRO tem mais de 120 anos de existência e a sua missão é promover o compartilhamento global de estudos relacionados às florestas; disseminar o conhecimento e a gestão sustentável dos recursos florestais mundiais para benefícios econômicos, ambientais e sociais, bem como contribuir para a promoção da aplicação da ciência na formulação de políticas florestais.
No Brasil, são membros da IUFRO a Embrapa (representação nacional), o SFB, o INPA-Manaus, a Universidade Federal do Paraná (UFPR), o Instituto de Pesquisas Florestais de São Paulo e as empresas Fibria e Arcellor Mital.
A União Internacional de Organizações de Pesquisa Florestal é a única organização mundial dedicada à pesquisa florestal e ciências relacionadas. É composta por instituições de pesquisa, universidades e cientistas, além de tomadores de decisões e outros atores interessados em florestas e árvores.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Florestas plantadas respondem por 90% de toda a madeira produzida no país

De um total de 146,8 milhões de metros cúbicos (m³) de madeira em tora produzidos no país, em 2012, 89,8% são provenientes da silvicultura (florestas plantadas) e 10,2% oriundos do extrativismo vegetal. Em 2012, a produção de madeira em tora originada da silvicultura destinada a papel e celulose contribuiu com 56% no total nacional.
Os dados constam da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura 2012 (Pevs 2012), estudo que o Instituto de Geografia e estatística (IBGE) divulga nesta quinta-feira (05.12). Os dados indicam que a produção de carvão vegetal chegou a 6,2 milhões de toneladas, das quais, 81,5% foram produzidos pela silvicultura e 18,5% pela extração vegetal. Na participação da produção de lenha, o extrativismo vegetal colaborou com 37,7% de um total de 91,07 milhões de m³, contra 62,3% da silvicultura.
Segundo dados do Anuário Estatístico da Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (Abraf), divulgados este ano, dos principais produtos florestais, apenas o segmento da celulose apresentou desempenho negativo em 2012 quanto às exportações e o consumo interno, quando comparado ao ano de 2011.
Os demais segmentos da indústria brasileira de base florestal (papel, painéis industrializados, compensados e carvão vegetal) apresentaram variações positivas. A área total de plantios florestais em 2012 chegou a 7,18 milhões de hectares. Quando comparado a 2011, o número mostra aumento de cerca de 180 mil hectares.
As áreas plantadas com eucalipto ocupam 70,8% desse total, em seguida aparece o pinus (22%) e as demais espécies como acácia, araucária, pópulus, teca, seringueira e paricá (7,2%). Os plantios de eucalipto e pinus estão concentrados em Minas Gerais, São Paulo, no Paraná, em Santa Catarina, na Bahia e em Mato Grosso do Sul.
Por outro lado, o estudo do IBGE indica que a produção de carvão vegetal da silvicultura em 2012 alcançou 5,09 toneladas, volume 23,5% superior ao obtido em 2011. Minas Gerais foi o estado que registrou a maior produção nacional (4,3 milhões de toneladas ou 85%), seguido do Maranhão (312,29 mil toneladas); e a Bahia (155,85 mil toneladas).
 
Fonte: Agência Brasil